domingo, 23 de novembro de 2014

Cinema Novo Brasileiro - A Revolução e Ressurreição do Cinema Nacional

No início dos anos 40, a ideia de criar um estúdio nos moldes de Hollywood atraiu investidores paulistas e diretores estrangeiros. Foi assim que surgiu a Vera Cruz, primeira produtora de cinema em escala industrial no Brasil. Porém devido a problemas na distribuição, e enfrentando a pressão de diversas dívidas a empresa foi à falência. Em uma tentativa de quitar as dívidas, a Vera Cruz vendeu os direitos do filme “O Cangaceiro” para a Columbia Pictures. Este foi o primeiro filme brasileiro a ganhar reconhecimento internacional e a Vera Cruz não ganhou nada por isso.

O Cangaceiro, Lima Barreto - 1953


A Vera Cruz não foi a única produtora Brasileira da época, outras também tentaram, mas tiveram o mesmo destino da Vera Cruz. Inclusive produtoras que tiveram papeis importantes na história do cinema brasileiro, como a Multifilmes, que foi a responsável por “Destino em Apuros”, primeiro filme em cores produzido aqui.

Destino em Apuros, Ernesto Remani - 1953


Nos anos 50, movidos pela inovação do Neo Realismo Italiano, diretores brasileiros buscavam transportar para as telas a realidade do país. Também havia grande inspiração na Nouvelle Vague, já que um dos ideais era transgredir as regras impostas pelo cinema tradicional de Hollywood. Nessa época surgiram filmes que marcaram o período, como “Agulha no Palheiro” e “Rio 40 Graus”.

Agulha no Palheiro, Alex Viany - 1953


Rio 40 Graus, Nelson Pereira dos Santos - 1955


Já nos anos 60, inspirados pelos primeiros passos do cinema nacional rumo à libertação dos paradigmas hollywoodianos, jovens diretores estavam engajados com a realidade política vivida na época. O sentimento de mudança era transferido para suas produções. Foi nesta fase que surgiram três dos que foram considerados os precursores do movimento do Cinema Novo Brasileiro. “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos, “Deus e o Diabo na Terra do Sol” de Glauber Rocha, e “Os Fuzis” de Ruy Guerra.

Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos - 1963

Os Fuzis, Ruy Guerra - 1964


Glauber Rocha se tornou o maior ícone do Cinema Novo. Seu lema “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” se tornou a principal motivação de todo o movimento. A prioridade à arte antes da produção em escala industrial, foi o que motivou vários destes diretores em um dos momentos mais significativos para a libertação dos costumes pragmáticos que existiam até então.

Glauber Rocha



Glauber Rocha também foi o criador do que ele chamava de “estética da fome”. Que diferente do cinema convencional, mostrava a pobreza do país diretamente da fonte real, assim como no Neo Realismo Italiano. Sua ideia, segundo ele, era mostrar o país na tela, da maneira mais fiel possível, com cinema de baixo orçamento e liberdade autoral do diretor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário