segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Expressionismo Alemão - A Desolação Após a Primeira Guerra Mundial.

A Primeira Guerra Mundial, que causou a morte de incontáveis milhões de pessoas, foi uma das maiores catástrofes da história humanidade. Um período que evidenciou a destruição da alma, onde uma vida jovem não significou nada mais do que um número em um batalhão, a fim de servir interesses particulares de uma minúscula porcentagem da população. A grande perdedora deste conflito, a Alemanha (República de Weimar, entre 1919 e 1933), passou por um período de muita desolação e angústia após a guerra. E foi em meio a este sofrimento que encontrou-se um refúgio, na arte, visando expressar todo abatimento no qual se encontrava a nação alemã, através de uma linguagem artística com base em pinturas expressionistas, literatura, teatro, e arquitetura. Nascia o Expressionismo Alemão, e também, renascia a alma, sombria, e mais forte do que nunca.

A primeira obra marcante desta nova estética, “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), de Robert Wiene, é como um tapete vermelho que conduz o espectador até os portões de um mundo paralelo e obscuro, onde o senso comum não possui a menor importância.


Aliás, a valor do expressionismo alemão está no abstrato extraído do concreto, através de sua deformação, uma influência das pinturas expressionistas e cubistas, no que diz respeito a cenários deformados com a perspectiva distorcida de profundidade.

O Gabinete do Dr Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene - 1920 


Algol (Algol - Eine Tragödie der Macht), de Hans Werckmeister - 1920

A sensação de pesadelo é reforçada com os contrastes entre tons claros e escuros, além de enquadramentos enviesados.

M, O Vampiro de Dusseldorf (M), de Fritz Lang - 1931 

O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene - 1920


O visual gótico marca forte presença na arquitetura e no figurino. 



O Homem que Ri (The Man Who Laughs), de Paul Leni - 1928 

Gabinete do Dr Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene - 1920


Maquiagens pesadas e exageradas, indicando uma origem ou um envolvimento dos personagens com o sobrenatural.


Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens), de F. W. Murnau - 1922


Gabinete do Dr Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene - 1920


Projeções de sombras são muito exploradas.



Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens), de F. W. Murnau - 1922


 Gabinete do Dr Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), de Robert Wiene - 1920


Características estas que, também estiveram presentes nos filmes posteriores ao de Wiene, tornando de fato o expressionismo alemão em um movimento artístico. 
Tendo como maiores referências, Nosferatu (1922) e Fausto (1926) de F. W. Murnau; Dr. Mabuse (1922) e Metrópolis (1927), de Fritz Lang.
Por fim, a estética expressionista deixou como legado a representação do interior humano, com suas angústias, medos, fantasias, e sonhos. 
O matéria bruta além da carapaça.
A expressão do sentimento.

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